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quarta-feira, 11 de maio de 2011

Da Ode aos Oniros


   "Oniro do sonho... Doutro lado do espelho... Livra-me do pesadelo medonho... No reflexo a ti me assemelho... "
(Da Ode aos Oniros. DO LAGO, Narciso. 2ª Edição. Fenya, Áquila.)
   

terça-feira, 3 de maio de 2011

[...] o futuro pro futuro...

É hoje
Quero sair ao sol
Pisar no vidro
Quebrar a jaula


Quero andar no céu
Sentir o frio
Liberar a alma

Fazer da vida um todo
Do tempo, o infinito
Uma árvore. Um filho. Um livro.

Quando eu passsear o universo
Bagunçar o mundo,
Por a mente em ordem

Limpar o campo.
Fundar a base. Construir a casa.
Querencias. Questões profundas.
Respostas simples. E deixar o futuro pro futuro.
                                          Até lá. Até logo.
                  No mais. Até mais.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Psicologia de um vencido - Augusto dos Anjos


Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia,
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme - este operário das ruínas -
Que o sangue podre das carnificinas,
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há-de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgância da terra!
(Augusto dos Anjos)

O sonhar...

   O sonhar... Viver uma vida numa noite. Um dia por minuto, em qualquer lugar e tempo. Real ou imaginário, não já diferença, até o inevitável acordar. E seremos reis e deuses na nossa mente. E faremos festas e banquetes. Daremos e perderemos vidas efêmeras como um único neurônio suspirando. Sou homem ou pensamento? Sou um neurônio. Suspirei. Morri.

Atemporal

   Demorei-me a escrever, sem conexão é impossível, passar a frente tudo que tenho a dizer...

À barco, À vela e caminhando...
De navio, lancha ou num cavalo, trotando...
Depois de todas as viagens voando. Só há...
O tempo. No tempo dá-se a maior viagem.
De corpo em corpo, como de porto em porto.
Cada parada, uma vida. E depois parte, e morre.
                                                      Prossegue.
E vez ou outra, reencontra,
Um passageiro conhecido. Amigo. Amante.
Pai. Mãe. Filho. Laços fraternos.
Um emaranhado conhecido. Re-vidas. Vividas.
Surge um Layout comum. Repete cena. Repete ação.
                                                Dejavú.
Os corpos se descobrem
As mentes se reconhecem.
Ideias compartilhadas há muito. Sonhos comuns.
Caminhos entrelaçados. Metas longínquas unidas pelo horizonte.
Pisando apenas o gelo imediato.
Cruzando Ártico e Antártida.
Mortal... Infinito...
                                          Atemporal.