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terça-feira, 6 de setembro de 2011

Pó de Lua: III Ato: Cuidado com o que olha



Dia. Sala de estar.

-E você pode dar tudo a alguém que de nada vai valer se não consegue dar a ela também a sua alma. Uma relação sem alma é como um saco vazio.

Conversava despretensiosamente o pai e seu amigo de muitas histórias de dentro.

-Pai, mas o que é alma?

Percebendo assustado o olhar atento do menino de boina, o pai pensou no que responder. Ele mesmo não sabia bem.

-É tudo que você é, o que tem dentro de você de mais importante.

Susto.

-Mas como eu posso dar isso a alguém se está dentro de mim?

-"Os olhos são o espelho da alma". Tente pelos olhos. Mas olhe bem, viu? Não vá entregar sua alma assim pra qualquer um. Tem que ter Amor.

Divertiu-se o pai sabendo que o menino não ia entender nada. Não agora. E voltou à sua conversa.


Dia seguinte. Topo do escorregador.

-Chico, porque você está de óculos escuros o tempo todo?

Pergunta Maria Flor.
Ele olha para os lados. É seguro.
Ele tira os óculos e a olha satisfeito com sua genialidade.

-Por que minha alma é sua.



Clarice Freire.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Cronometrado Erroneamente


   Quanto tempo faz? Alguns meses eu acho... Ou talvez mais... Ou talvez menos... Muito estranho isso. Tanto tempo, tão pouco tempo. O cronometro marcava pouco menos de 4 meses para o fim...
   Discursionávamos sobre o cronômetro, talvez você se lembre da história: 'Mudarei-me daqui a pouco mais de três meses, irei para longe, para casa de familiares. Mudarei a rotina, abandonarei meu ofício presente, ingressarei na universidade, o que será, o que acontecerá, o que fará?'
   Ainda restavam milhares de preparativos psicológicos quando ocorreu, tudo ocorreu. O esperado e o inesperado, o mais que esperado. Os laços só se tornaram mais fortes e o assunto, fermentado nas palavras escritas, esfriou; embora a massa descrita só tenha esquentado, diga-se de passagem. Só rebato novamente para marcar em letras o que não marco com fotos, haja paciência para dester de uma câmera fotográfica.
   O importante é que é minha... a sorte é minha, a vida é minha,  ela é minha. A história, e até onde quer que ela vá, é minha.  ...

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Quando Julieta vira Rapunzel


   A catarse se concluiu há muito... As palmas cessaram como um sorriso irônico. Ambos os Romeo's se tornaram Casanova's e partiram para novas conquistas e pobre Julieta, infelizes escolhas tristonhas... Ficou a esperar na janela, um dia, dois dias, uma semana, dois meses, um ano se passou. Julieta esperou tanto que se tornou Rapunzel.
   Joga os teus cabelos ruivos Rapunzel, quem sabe alguém vence o medo de altura e sobe pra te buscar? Perdoa-me por ter batido asas, ou melhor, não perdoa-me, porque não pequei. Deixei apenas o pudor de lado para ir além dos pesos dos teus cabelos em minhas costas. Algumas vezes o amor dura, outras vezes fere, mas não por si só... Errou, perdeu. Feriu, sofreu. Esqueceu, morreu. Fim do conto de fadas. E recomeça o 'Era uma vez...' - O meu recomeçou. E o seu?
   Espero que também tenha recomeçado da estaca zero. Não adianta agarrar-se, ou afundará com o navio.
',',','....Mantenha seus pés no chão.............'Quando sua cabeça está nas nuvens""""""""