Essas esdrúxulas e ridículas ideias brotam como diabretes infantis e irracionais do centro do ser, escapando à racionalidade. Nenhum de nós, seres humanos, está a salvo do indelével contrato com as emoções insanas que nos ascendem ao alvorecer e assombram no entardecer de cada dia.
Para alguns um tormento, para outros, arte. Abuso da artimanha de alimentar cada centelha de emoção até a exasperação niilista de quem conhece a si mesmo. E como conheço!
Dessas egocêntricas passagens sentimentais, rabisco um romantismo impressionista, trancafiando libertos estes devaneios insensatos. Ó, Glória. Shakespeareanas e teatralizadas, sentidas e exaltadas, essas emudecidas e pueris ficções se tercerializam para que eu as assista e entenda cada vez mais profundamente o íntimo da alma humana. Minha alma.
Talvez Wilhelm esteja correto e a alma seja uma lamacenta, mísera e lastimosa criatura a pesar sobre a nossa divina carne. A carne e seu instinto não possuem prantos, depressões ou revoltas. A carne é. O instinto quer. Uma vez satisfeitos, não deixam espaço para contudos ou entretantos.
Em bem-me-queres, meus metodológicos instintos casaram com a razão. Estas expressões de insatisfação e inquietação sentimental são meras quimeras da minha transmutação incompleta em divindade terrena, no plano das ideias. Estas absurdas reclamações merecem nada mais que a ignorância, para que aquietem-se e tornem-se nada mais que objeto de estudo. Um microcosmo do universo social. Um "quê" a mais, para aumentar a sabedoria.
E talvez seja tudo uma metáfora alterista, para saber o que o mundo sente. Cheia de palavras complexas, ideias esdrúxulas e ridículas. É... Talvez seja apenas isso.