Baseado em
Pó de Lua: II Ato: Você vai, Eu Pulo. de Clarice Freire em
Pó De Lua
Ambos sabemos que a vida não espera, minha amiga. Creio e espero que ainda possa chamá-la assim. Paramos a meio caminho, diga-se de passagem... e de passagem é que aconteceu, de passagem poderia ter ido embora. Mas não foi. Confessei meus apetites, cada um deles. Larguei de inibição e aticei a fogueira.
Mas, embora eu seja um sujeito paciente, não sou dado a meios termos. "Um dia, sem esperar" não me é suficiente, quero deixar claro. Mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa é apenas a de ainda insistir em esperar.
E esquecer que a vida não espera. Então, deixo-te avisada, ou é ou não é. Dizia Parmênides que o ser é e o não ser não é. Por favor me diga um não e me liberte da fome que me doma a alma cada dia mais. Ou diga sim.
Eu deitei na areia, porque ainda me resta um pouco de medo de altura - e quem não tem? - mas se eu estou aqui embaixo, de braços abertos, qual é o teu problema em se atirar?
Que tal dar um basta nos talvezes e dizer que sim, oras! Já começou, então chuta o balde e me avisa, porque eu tô doido pra me molhar.