Decaí, insatisfeito. Recaí, por aceitar sentimentos. Caí, por que sou animal sentimental. E... Ao menos sei que a dúvida é o preço da pureza, sinceridade vale muito. É inútil ter certeza.
Os engenheiros calculavam as contas dos deuses e diziam que nós não precisamos saber aonde vamos, nós só precisamos ir. Eu não quero ter o que não tenho, eu só quero viver. Nós estamos vivos e é tudo!
"Escute garota... O vento canta uma canção, dessas que uma banda nunca toca sem razão."
Meus olhos lacrimejam, ardem-me as pupilas... "Eu vejo o horizonte trêmulo. Eu tenho os olhos úmidos. Eu posso estar completamente enganado... Eu posso estar correndo pro lado errado." Mas veja só, se você parar pra pensar... é como se não houvesse amanhã.
Regresso ao primitivo: entre um chocolate e um gole de uísque quente eu me pergunto se estou errado. "Quero colo! Vou fugir de casa! Posso dormir aqui com você?". É verdade, eu tive um pesadelo.. Só vou dormir depois das três. Vou jogar os papéis pra cima e deixar chover essas palavras neoconstitucionais; latim pra cá e Juristenrecht pra lá, vou dormir com uma Clarice e um Neruda. Confesso, Valência: não desejo catalisar uma reação irreversível com você, mas por sentido de ausência, desejo muito mais perdidamente dividir um café do que solar essa garrafa de Bourbon.
E me saem no desespero - como todo bom poeta sabe - movidos à melancolia diabólica, as confissões mais sem nexo, anexadas com tanta razão e emoção que beiram os vai-não-vens de Jane Austen.. É... Afinal, só se veem nossos Preconceitos em conflito, porquanto ninguém larga o próprio Orgulho, mesmo que projete cinquenta sombras cinzentas, se é que me entende.
Como jurista, não exijo que assine contrato, embora peça que guarde em silêncio meus pecados. Deles estou cheio e transbordante, sem arrependimento.. Crenças à parte, acho-me mais apetitoso desse jeito. Caio em desordem agora. Desdém ateu me provoca calafrios muito quentes, falar em pecado me atiça. Basta. Desgraça. Terminando em mau tom, deixando escapar um pouco de fúria fria para acender a vela no topo do bolo, acentuo, jogando-me às brasas do Inferno: Foda-se a Vida! Eu quero é viver!