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terça-feira, 3 de março de 2015

Luz na penumbra.

Brilha pra mim.

E tem brilhado mais e mais, mas nem mesmo sei como ou porquê. E aconteceu sem que eu imaginasse, embora não estivesse em fuga. Nem tive pressa, não tenho, senão a de - na sede ao pote - arrancar-lhe as roupas.

Essa sensação está comigo, como uma semente cultivada em algum lugar atrás das minhas córneas. Ou perdida em algum lugar sob o meu estômago. Não. Está espalhada no meu corpo, como se tivesse entrado pelos meus poros, se escondido nas minhas artérias, nos meus órgãos.

Ela dança na batida do meu coração, se alimenta do oxigênio nos meus pulmões, mexe com meu cérebro. O fato é que no fim, ela vem para cima, para os olhos. Vaza pelas pupilas, como se o silêncio dissesse tudo. Sei que entende meus silêncios. Ainda que não entenda minhas risadas. É que elas fazem parte de mim e não as sei controlar.

Quero ver o sol refletindo em você. Sob essa luz ou na penumbra mais quente, há algo em mim transbordando pelos olhos. Um tipo de fome que não dá pra saciar, o desejo de ver minha estrela orbitar e brilhar no céu da sua boca. E se cada beijo é um segredo incompreensível que não se conta aos ouvidos, mas à boca, só tente entender...

É que a vontade de te ver já maior que tudo.