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terça-feira, 9 de agosto de 2011

Ateísmo

   "[...] Uma posição radicalmente ateísta pode até significar que sua vida é uma corrida rumo ao esquecimento - mas ao menos você pode fazer isso com estilo. Como você se comporta hoje, o que você faz com cada momento, como você explora os talentos e as oportunidades à sua disposição são coisas muito mais importantes para um ateu genuíno do que para os devotos mais religiosos. Longe de perder o sentido, o que você faz nesta vida subitamente torna-se incrivelmente importante, já que você só tem essa única possibilidade de fazer a coisa certa, de mudar alguma coisa, de contribuir de alguma forma para aqueles que você ama ou que seguirão seus passos. [...]"

Por Bradley Trevor Greive (Autor de 'Um Dia "Daqueles") para o Prefácio do livro 'O Guia do Mochileiro das Galáxias, de Douglas Adams

domingo, 7 de agosto de 2011

    Muitas vezes a jornada vale mais que o prêmio final. Quando se poderia conseguir qualquer coisa num piscar de olhos, elas se tornam sem valor, pois afinal, algumas coisas são valorosas simplesmente por não serem duradouras.
    Quase não há satisfação ao conseguir algo sem um esforço e por mais que pareça melhor de início, o tempo rui com esta ilusão. O 'ter' simples e seco, sem a jornada pode até dar prazer, mas nunca trará felicidade, pois essas duas são muito diferentes, apesar de se desejar que andem de mãos dadas. E felicidade é o que vale mais no final.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Quimera


   Acordo e, amedrontado, agarro-me aos lençóis como se estivesse à beira do Abismo, estendendo a mão ao vazio para segurar alguém que não está lá. O absurdo se curva para dentro, dentro de mim, as cenas vívidas do abstrato ainda fixas no fundo da retina...

"Quimera
[Do gr. chímaira, pelo lat. chimaera.] 
Substantivo feminino. 

1.
Monstro fabuloso, com cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de drao
.[...]"
   

   O monstro ainda está rugindo, movendo sua cauda cheia de espinhos. Fulminando-me com o olhar. Os olhos dilatados, na completa escuridão, buscando quem... ?! Quem?! Alguém! Que teria caído no abismo.
  Olho pro chão branco, à ínfima distância de onde estou, procurando um buraco fundo o suficiente para que alguém tivesse caído... Lá está... Nada. Vazio.

"[...] 2.Fig. Produto da imaginaçãofantasia, utopiasonho
as quimeras do amor;

Mas a Arte, o lar, um filho, Antônio? Embora! / Quimeras, sonhos, bolas de sabão.” (Antônio Nobre, , p.  134). [...]"
 

   

   Um prazer, uma dor... Maravilhosamente belo, que horror!!! Desaparecera, evanescera, tão rápido como surgira. Uma fantasia vazia, uma utopia abstrata, simplesmente um sonho, que estoura como uma bolha de sabão. E todo o prazer que fora substituído pelo terror se derrete... Nada mais que uma memória, uma lembrança inconcreta. O abismo se fecha, nas batidas sóbrias e abafadas de uma caixa vermelha. Uma voz angustiada canta, arrasta-me de volta pro sono.

" [...] 3.Incoerência, incongruência, absurdo."
   I'm safe. Estou seguro... Up High. Aqui em cima... Nothing can touch me. Nada pode me atingir... But why do I feel this party's over? Mas por que a festa acabou..? No pain. Não sinto dor... Inside. Aqui dentro... You are my protection. Você é a minha proteção...

                                                                        
...absurdo.
                                                                                  Surdo... Não ouço sua voz... 
Voz... Nós.

   Foi fruto de incoerência de um sonho... um terror... horror. Como se houvesse para sempre desaparecido.