Páginas

domingo, 3 de julho de 2016

Olhos de Pôr-do-sol

   De tanto ver o céu, a gente esquece de se espantar com o pôr-do-sol. De viver tão perto do mar, a gente esquece de quão gostoso é cair na água. E é um erro.

   Não quero me esquecer, porque desde que olhei pros seus olhos de pôr-do-sol, naquela maquiagem esfumaçada de preto, fui arrebatado. Desde que aquela vampira de preto me olhou no fundo dos olhos, eu era dela. E sou ainda.

   Me olha todos os dias com aqueles olhos de devorar minha alma. Me devora com aquela boca escarlate de pecado. Sou seu pra tomar e usar, até que a noite seja mais escura que a sombra dos seus olhos. Tão escura que a gente veja o sol nascer pela janela, de novo e de novo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário