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segunda-feira, 22 de junho de 2015

Pecadilho.

   Com o coração parado em algum local entre o umbigo e a garganta, senti as mãos suarem e o ar esquecer como chegar aos meus pulmões. Um piano estava tocando em algum lugar, uma batida lenta... Me enlouquecendo.

   Eu não sabia para onde olhar.

   Num par de saltos altos, ela caminhou na minha direção com a determinação de uma caçadora. Vestida de preto, esbelta, perigosa. Olhos esfumaçados de maquiagem escura, um olhar dirigido ao cerne da minha alma. Lábios vermelhos como uma vampira sedenta. Quanta libido. Mesmo se eu quisesse, não poderia me mover.

   Ela dançou para mim. E cada movimento era como um chicote agudo estilhaçando minha sanidade. Curvas torneadas que só podem ter sido trabalho conjunto de Deus e do Diabo. Se o pecado tivesse a forma dela...

   Acho que eu também não viveria mais no Paraíso.




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