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terça-feira, 21 de junho de 2011

Nigredo



Eu sou o alquimista, mestre da mente e da matéria, pois a mente domina a matéria e eu domino a mente.
Venho para trazer o que a negridão da morte escura de um amor perdido me disse.
Eis o que me falou o finado e triste:

Adeus, adeus, o anjo vai embora
Tanto errei, que agora chega minha hora
Querida, querida, vai e sois feliz
Digo que acabou, e eu sou o juiz

Me desculpe quaisquer falhas, sei bem que errei
Mas tu merecias amor maior, e por isso eu pequei
Estás agora livre, livre e solitária
Nada posso fazer, mesmo com a alma solidária

Princesa, tu e teus lábios são um encanto
Mas nega-te a mim, já não sou mais nenhum santo
Encontrei meu tesouro e agora estou completo
Subtraí me de ti, temo tê-la deixado sem teto

Anjo nenhum, ifrit algum, sou mesmo um cínico
Entristece-me por dentro saber qu'eu seria o único
Mas o sol apagou e não há mais ar para respirar
Finda a esperança, não há mais porque me amar.


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