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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Perfumes

   
 Guardo amores nas janelas, nos espelhos, nas palavras. Saudades sob a cama, junto dos textos inacabados. E, ai de mim, os corações partidos e os quebrados juntos de cada memória ruim... Todos sob o tapete.
    Mas os vasos de flores eu protejo com olhos bondosos e apaixonados. Ali ponho minhas poesias favoritas, junto com as cartas de amor e as poucas fotos impressas.
     Sei bem que a definição de fim é ser um adeus definitivo, mas cá entre nós... Que graça teria uma casa vazia ao trazer uma visita? Quem somos nós senão esses quartinhos de memórias?
     Alguns quartos dos fundos, abandonados... Amores falidos e tristes. Quartos de cima, para os amigos verem os fogos dos anos novos e anos velhos. Uma sala da lareira, para a família e o lar que sempre podemos voltar.
     Um quarto todo vermelho com muitas gavetas. Esse nem posso falar. Tudo o que ali está é para mim apenas. Um quarto a ser iluminado por velas.

     E que seja muito bem decorado. Com bocas, olhares e perfumes.

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