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domingo, 11 de agosto de 2013

Mulheres



Mariana foi a primeira. Andávamos de mãos dadas sem saber nem o que aquilo significava, mas gostávamos ainda assim. Um dia crescemos e percebemos que não era o bastante.

Renata foi a esperta. Brincava comigo como uma gata brinca com o rato. E eu gostava.

Priscila foi a sabida. Me ensinou um monte de coisas. Depois dela nunca mais me chamaram de menino.

Clara foi a falsa. Tinha duas caras e uma língua ferina. Fingia ser santa, mas era uma belíssima danada. Eu gostava mais da segunda cara e ainda mais da língua ferina.

Isabela foi a princesa. Linda como uma deusa, mas não podia beijar em público. "Vão pensa coisas", dizia ela. "Que pensem!", rosnei um dia. Foi o fim.

Carla foi a aventureira. Nunca hesitava, não conhecia a timidez. Me dava a impressão que toda ideia louca e toda vontade insana que eu expressasse, a faria me tomar pela mão e viver uma cena de filme. Essa segurança aumentava a cada fuga. Um dia fui longe demais.

Fernanda foi a lasciva. Tirava minhas roupas antes mesmo que eu dissesse seu nome por completo. Não que eu esteja reclamando.

Laura foi a senhora. Começou elogiando tudo e cada coisa, depois criticava cada passo em falso. Tentou corrigir-me por inteiro. Falhou redondamente.

Ana foi minha sina. Só me tocou com olhos, mas sabia que os olhos são a janela da alma... Ana mergulhou nos meus olhos e eu me perdi no brilho dos dela. Ana cruzou minha vida como um relâmpago, marcando o céu com uma mancha luminosa. Ana nem foi minha, mas nunca saiu de mim.

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